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Bibliografia: UpToDate®

Última atualização: Agosto/2025

CEFALEIA PRIMÁRIA - CID R51

Prescrição Ambulatorial
CEFALEIA TENSIONAL

Uso Oral

  1. DIPIRONA 500 MG

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 6 em 6 horas por 05 dias

    Obs.: Se dor intensa, tomar 02 comprimidos

  2. IBUPROFENO 300 MG

    Tomar 02 comprimidos, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

ENXAQUECA

Uso Oral

  1. DIPIRONA 500 MG

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 6 em 6 horas por 05 dias

  2. IBUPROFENO 300 MG

    Tomar 02 comprimidos, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

  3. METOCLOPRAMIDA 10 MG

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

  4. SUMATRIPTANO 50 MG

    Tomar 01 comprimido, via oral, no início da crise. Se ausência de melhora, repetir dose após 2h.

    Obs.: Dose máxima de 04 comprimidos ao dia.

  • Sem red flags → classificar primária:
    Enxaqueca: 4–72h, pulsátil, uni, moderada-intensa, náuseas/foto/fonofobia, piora ao esforço.
    Tensional: pressão, bilateral, leve-moderada, sem náuseas, não piora ao esforço.
    Cluster: unilateral orbitária, muito intensa, 15–180 min + sinais autonômicos.

  • Cronificação/MOH (Medication Overuse Headache)? ≥15 d/mês ou uso excessivo de analgésicos.

Fluxo Rápido de Avaliação da Cefaleia

  • S – Sintomas sistêmicos: febre, perda de peso, imunossupressão, câncer.

  • N – Neurológicos: déficit focal, alteração de consciência, convulsão.

  • O – Onset súbito: início abrupto, “cefaleia em trovão”.

  • O – Older: primeiro episódio após 50 anos.

  • P – Padrão novo ou progressivo: mudança no padrão da dor ou piora progressiva.

Red flags da cefaleia (SNOOP) — indicam possível causa secundária grave:

VERTIGEM - CID R42

Prescrição Ambulatorial
IMPORTANTE

O HINTS exam é essencial na vertigem aguda contínua, pois permite diferenciar rapidamente causas periféricas (geralmente benignas) de centrais (como AVC de tronco ou cerebelo), muitas vezes com mais sensibilidade que o primeiro exame de imagem. Sua aplicação rápida no plantão ajuda a identificar pacientes de alto risco, direcionando conduta imediata e evitando complicações graves

Uso Oral

  • DIMENIDRINATO 25 MG/ML + PIRIDOXINA CLORIDRATO (VIT. B6) 5 MG/ML SOLUCAO ORAL GOTAS FRASCO 20 ML

    Tomar 40 gotas, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

    Obs.: Sonolência. Se náuseas ou vômitos.

VERTIGEM

CERUME IMPACTADO - CID: H61.2

Prescrição Ambulatorial

Uso Externo

  • Cerumin (Hidroxiquinolina + trolamina 0,4 + 140 mg/mL)

    Pingar 05 gotas no ouvido afetado e deixar agir por 05 minutos, aplicar de 8 em 8 horas por 07 dias

    Obs.: Após termino do tratamento, passar por reavaliação médica e realizar lavagem otológica em UBS.

Uso Externo

  • Aceratum (Peróxido de carbamida 100 mg/mL) Pingar 05 gotas no

    ouvido afetado, de 12 em 12 horas por 04 dias

Uso Externo

  • Oticerim (Peróxido de ureia 100 mg/mL)

    Pingar 05 gotas no ouvido

    afetado, de 8 em 8 horas por 05 dias

FARINGOAMIGDALITE - CID: J03.9

Prescrição Ambulatorial

Uso Oral

  1. Dipirona 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 6 em 6 horas por 05 dias

    Obs.: Se dor ou febre

  2. Ibuprofeno 300 mg

    Tomar 02 comprimidos, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

  3. Amoxicilina 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 8 em 8 horas por 10 dias

Uso Oral

  1. Dipirona 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 6 em 6 horas por 05 dias

    Obs.: Se dor ou febre

  2. Ibuprofeno 300 mg

    Tomar 02 comprimidos, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

  3. Amoxicilina + Clavulanato 875/125 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 12 em 12 horas por 07 dias

Uso Oral

  1. Dipirona 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 6 em 6 horas por 05 dias

    Obs.: Se dor ou febre

  2. Ibuprofeno 300 mg

    Tomar 02 comprimidos, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

  3. Azitromicina 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, 01 vez ao dia por 05 dias

(alérgicos a beta-lactâmicos)

Uso Oral

  1. Dipirona 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 6 em 6 horas por 05 dias

    Obs.: Se dor ou febre

  2. Ibuprofeno 300 mg

    Tomar 02 comprimidos, via oral, de 8 em 8 horas por 05 dias

  3. Cefalexina 500 mg

    Tomar 01 comprimido, via oral, de 12 em 12 horas por 10 dias

Sinais que favorecem o diagnóstico de faringite estreptocócica:

  • Rash escarlatiniforme;

  • Petéquias em palato;

  • Exsudato faríngeo;

  • Vômitos;

  • Linfonodos cervicais dolorosos;

  • Ausência de tosse;

  • Idade entre 5-15 anos.

Sinais que favorecem o diagnóstico de faringite viral:

  • Sintomas respiratórios (tosse, coriza, rouquidão, congestão nasal);

  • Diarreia;

  • Estomatite anterior;

  • Conjuntivite.

(alérgicos a beta-lactâmicos)

CRISE ASMÁTICA - CID: J45

Crise Leve e Moderada

O tratamento inicial visa controlar os sintomas e prevenir a progressão para um quadro mais grave.

  1. Oxigenoterapia

    • Administrar oxigênio (via Cânula Nasal ou Máscara não-reinalante - Hudson) visando manter a saturação-alvo entre 93% e 95%.

  2. Broncodilatadores (Uso Inalatório)

    • Salbutamol [Aerolin®] 100 mcg/jato (beta-agonista de curta ação)

      • Spray com espaçador: Fazer 4 a 10 jatos a cada 20 minutos na primeira hora.

      • Nebulização: 5 mg (20 gotas) diluídos em 3 a 4 mL de SF 0,9%, a cada 20 minutos por 1 hora.

      • Dose pediátrica (Inalação com espaçador):

        • < 20 kg: 4 a 6 puffs (100 mcg/puff) a cada 20 minutos na primeira hora.

        • 20 kg: 6 a 10 puffs (100 mcg/puff) a cada 20 minutos na primeira hora.

        • Após a primeira hora, ajustar a frequência conforme a resposta clínica.

      • Dose pediátrica (Nebulização):

        • < 20 kg: 2,5 mg por nebulização a cada 20 minutos na primeira hora.

        • 20 kg: 5 mg por nebulização a cada 20 minutos na primeira hora.

    • Ipratrópio (anticolinérgico)

      • Nebulização: 500 mcg (40 gotas) a cada 20 minutos por 1 hora, associado ao Salbutamol.

      • Dose pediátrica:

        • < 20 kg: 250 mcg (1 mL) por dose.

        • 20 kg: 500 mcg (2 mL) por dose.

        • A cada 20 minutos na primeira hora, depois a cada 4-6 horas.

  3. Corticoides (Uso Oral)

    • Prednisolona 20 mg

      • Tomar 2 comprimidos de manhã por 5 dias.

      • Dose pediátrica: 1 a 2 mg/kg/dia (máximo de 40 a 60 mg/dia).

Crise Grave

Requer uma abordagem mais intensiva e monitorização contínua.

  1. Oxigenoterapia

    • Administrar oxigênio (Cânula Nasal ou máscara não reinalante - Hudson) visando saturação-alvo entre 93% e 95%.

  2. Broncodilatadores

    • Uso Inalatório (Salbutamol spray [Aerolin®] 100 mcg/jato)

      • Spray com espaçador: 4 a 10 jatos a cada 20 minutos na primeira hora.

      • Nebulização: 5 mg (20 gotas) diluídos em 3 a 4 mL de SF 0,9%, a cada 20 minutos por 1 hora.

      • Em casos de broncoespasmo grave, essas doses podem ser significantemente excedidas, com monitorização da potassemia.

    • Uso Inalatório (Ipratrópio [Atrovent®])

      • Nebulização: 500 mcg (40 gotas) a cada 20 minutos por 1 hora, associado ao Salbutamol.

      • Spray: 2 a 3 puffs (400 a 600 mcg) com intervalo de 3 a 8 horas.

  3. Corticoides

    • Uso Intravenoso (Metilprednisolona)

      • Administrar 125 mg em bolus.

      • Manutenção: 40 a 60 mg/dia (1 a 2 doses). Opção preferencial devido à boa penetração pulmonar e menor efeito mineralocorticoide.

    • Uso Intravenoso (Hidrocortisona)

      • Dose inicial: 200 a 300 mg ao dia.

      • Manutenção: 100 mg IV a cada 6 ou 8 horas.

    • Uso Oral (Prednisona)

      • 40 a 80 mg por dia, em dose única ou dividida em duas doses.

  4. Sulfato de Magnésio (Uso Intravenoso)

    • Realizar 2 g diluídos em 100 mL de SF 0,9%, infundidos em 20-30 minutos.

    • Dose pediátrica: 25 a 50 mg/kg (máximo de 2 g) diluído em 100 mL de solução salina, infundido em 20 a 30 minutos.

Pontos-Chave e Considerações Clínicas

  • Avaliação da Gravidade: A classificação da crise asmática em leve/moderada ou grave é crucial para determinar a intensidade e a via de administração do tratamento.

  • Oxigenação: A manutenção da saturação de oxigênio dentro da faixa alvo é fundamental para evitar a hipóxia.

  • Broncodilatação Eficaz: A combinação de beta-agonistas de curta ação (SABA) com anticolinérgicos de curta ação (SAMA) é mais eficaz na reversão do broncoespasmo em crises moderadas a graves. A monitorização da potassemia é importante em doses elevadas de SABA.

  • Corticosteroides: A administração precoce de corticosteroides, seja por via oral ou intravenosa, é essencial para reduzir a inflamação das vias aéreas e prevenir a progressão da crise. A escolha da via depende da gravidade e da capacidade do paciente de ingerir medicamentos.

  • Sulfato de Magnésio: Em crises graves, o sulfato de magnésio intravenoso pode ser considerado como um adjuvante, atuando como um broncodilatador adicional.

  • Monitorização: Durante o tratamento de uma crise asmática, especialmente em quadros graves, a monitorização contínua dos sinais vitais, saturação de oxigênio e resposta clínica é indispensável para ajustar a terapia e identificar potenciais complicações.

DPOC - CID: J44

DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)

O manejo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), especialmente durante exacerbações agudas, requer uma abordagem multifacetada focada na melhora da ventilação, redução da inflamação e tratamento de infecções.

Exacerbação Aguda

As exacerbações da DPOC são eventos agudos caracterizados por piora dos sintomas respiratórios que necessitam de alteração na medicação usual do paciente.

  1. Oxigenoterapia

    • Administrar oxigênio (Cânula Nasal ou Máscara não reinalante - Hudson) com o objetivo de manter a saturação-alvo entre 88% e 92%. É crucial evitar a hipercapnia induzida por oxigênio, que pode agravar a retenção de CO₂.

    • A Ventilação Não Invasiva (VNI) é frequentemente empregada precocemente para tratar a insuficiência respiratória hipercápnica, contribuindo para a redução do trabalho respiratório e da mortalidade.

  2. Broncodilatadores (Uso Inalatório)

    • Salbutamol spray [Aerolin®] (100 mcg/jato)

      • Spray com espaçador: 4 a 10 jatos a cada 20 minutos na primeira hora.

      • Nebulização: 5 mg (20 gotas) diluídas em 3 a 4 mL de SF 0,9%, a cada 20 minutos por 1 hora.

      • Em casos de broncoespasmo grave, as doses podem ser ajustadas conforme a necessidade clínica, mantendo o paciente monitorizado e avaliando a potassemia.

    • Ipratrópio [Atrovent®] (associado ao Salbutamol)

      • Nebulização: 500 mcg (40 gotas) a cada 20 minutos por 1 hora.

      • Spray: 2 a 3 puffs (400 a 600 mcg), com intervalo de 3 a 8 horas.

  3. Corticosteroides

    • Uso Intravenoso (Metilprednisolona)

      • Bolus: 125 mg.

      • Manutenção: 40 a 60 mg/dia (1 a 2 doses). Esta é a opção mais recomendada devido à sua boa penetração pulmonar e menor efeito mineralocorticoide.

    • Uso Intravenoso (Hidrocortisona)

      • Dose inicial: 200 a 300 mg ao dia.

      • Manutenção: 100 mg IV a cada 6 ou 8 horas.

    • Uso Oral (Prednisona)

      • 40 a 80 mg por dia, em dose única ou dividida em duas.

    • Sulfato de Magnésio (Uso Intravenoso)

      • Realizar 2 g diluídos em 100 mL de SF 0,9%, infundidos durante 20 a 30 minutos.

      • Dose pediátrica: 25 a 50 mg/kg (máximo de 2 g) diluído em 100 mL de solução salina, infundido durante 20 a 30 minutos.

  4. Antibioticoterapia

    • O uso de antibióticos é fortemente indicado nas exacerbações da DPOC, pois infecções bacterianas são uma causa comum desses eventos.

    • Exacerbações leves a moderadas (sem fatores de risco para resistência)

      • Uso Oral:

        • Amoxicilina + clavulanato [Clavulin®] (875+125 mg): 1 comprimido a cada 12 horas, por 7 dias.

        • OU Azitromicina 500 mg: 1 comprimido a cada 24 horas, seguido de 250 mg/dia, por 4 dias.

    • Exacerbações graves (com hospitalização ou fatores de risco para resistência)

      • Ceftriaxona 1 g: 1 g IV a cada 12 horas, por 7 a 10 dias.

      • OU Levofloxacino 750 mg: 1 comprimido VO 1 vez ao dia, por 5 a 7 dias.

      • OU Piperacilina + tazobactam: 4,5 g IV, a cada 6 horas.

      • Com risco para Pseudomonas:

        • Ceftazidima 2 g: 2 g IV a cada 8 horas.

        • OU Cefepima 2 g: 2 g a cada 8 horas.

        • OU Meropenem 1 g: 1 g IV a cada 8 horas.

Pontos-Chave e Considerações Clínicas

  • Diferenciação com Asma: Embora a farmacoterapia de exacerbações graves de asma e DPOC apresente semelhanças, é fundamental reconhecer as diferenças fisiopatológicas e as particularidades do manejo para cada condição, o que influencia a resposta ao tratamento e o prognóstico.

  • Controle da Hipoxemia e Hipercapnia: A oxigenoterapia deve ser cuidadosamente titulada para evitar a hipercapnia, uma complicação comum em pacientes com DPOC. A VNI é uma ferramenta valiosa para melhorar a ventilação e reduzir a necessidade de intubação.

  • Tratamento Anti-inflamatório: Os corticosteroides são a base do tratamento anti-inflamatório em exacerbações da DPOC, sendo a metilprednisolona intravenosa frequentemente preferida pela sua eficácia pulmonar e menor impacto mineralocorticoide.

  • Indicação de Antibióticos: A presença de infecção bacteriana é uma causa frequente de exacerbação na DPOC. A antibioticoterapia deve ser iniciada prontamente, com a escolha do agente baseada na gravidade da exacerbação e nos fatores de risco para microrganismos resistentes, incluindo Pseudomonas.

  • Monitorização Contínua: A monitorização rigorosa dos sinais vitais, gasometria arterial e resposta clínica é essencial para guiar a terapia e detectar rapidamente qualquer piora ou complicação.

PNEUMONIA

A pneumonia é uma infecção aguda do parênquima pulmonar que pode variar em gravidade. O tratamento adequado depende da presença de comorbidades, uso prévio de antibióticos e da idade do paciente.

1. Pacientes Sem Comorbidades e Sem Uso Recente de Antibióticos

Para pacientes adultos saudáveis, sem histórico recente de uso de antibióticos e sem comorbidades significativas, o tratamento é geralmente ambulatorial.

  • Antibióticos (Uso Oral) - Escolha uma das opções

    • Amoxicilina + Clavulanato [Clavulin®] (875 + 125 mg)

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 12 horas, por 7 dias.

      • Dose pediátrica: 50 mg/kg/dia a cada 12 horas (máximo de 4 g/dia).

    • Amoxicilina + Clavulanato [Clavulin®] (500 + 125 mg)

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 8 horas, por 7 dias.

      • Dose pediátrica: 50 mg/kg/dia a cada 8 horas (máximo de 4 g/dia).

    • Azitromicina 500 mg

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 24 horas, por 5 dias.

      • Dose pediátrica: 10 mg/kg/dia a cada 24 horas.

    • Claritromicina 500 mg

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 12 horas, por 7 dias.

      • Dose pediátrica: 15 mg/kg/dia a cada 12 horas (máximo de 1 g/dia).

2. Tratamento Sintomático Geral

O controle dos sintomas é parte integrante do manejo da pneumonia, independentemente da presença de comorbidades.

  • Uso Oral

    • Dipirona [Novalgina®] 1 g

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 6 horas, em caso de dor ou febre.

      • Dose pediátrica: 10 a 15 mg/kg/dose.

      • Observação: 1 comprimido de 500 mg equivale a 20 gotas da solução oral gotas (500 mg/mL).

    • Paracetamol [Tylenol®] 750 g

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 8 horas.

      • Se for apresentação de 500 mg, tomar a cada 6 horas.

      • Dose máxima: 4 g/dia.

      • Dose pediátrica: 10 a 15 mg/kg/dose a cada 6 horas, com dose máxima de 75 mg/kg/dia.

3. Pacientes Com Fatores de Risco, Doença Mais Grave ou Uso Recente de Antibióticos

Para pacientes com esses fatores, a cobertura antibiótica deve ser mais abrangente, e a doença é considerada de maior risco.

  • Uso Oral

    • Amoxicilina + Clavulanato [Clavulin®] (875 + 125 mg)

      • Tomar 1 comprimido VO a cada 12 horas, por 7 dias.

    • Associado a:

      • Azitromicina 500 mg

        • Tomar 1 comprimido VO a cada 24 horas, por 7 dias.

      • OU Claritromicina 500 mg

        • Tomar 1 comprimido VO a cada 12 horas, por 7 dias.

    • Sintomáticos

      • Dipirona [Novalgina®] 1 g

        • Tomar 1 comprimido VO a cada 6 horas, em caso de dor ou febre.

4. Antibióticos por Via Intravenosa para Tratamento de Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) Complicada na Pediatria

Em casos de PAC complicada que necessitam de internação e terapia intravenosa, especialmente em crianças.

  • Amoxicilina + Clavulanato

    • 75 mg/kg/dia de amoxicilina, a cada 8 horas.

  • Ceftriaxona

    • 50 a 100 mg/kg/dia a cada 12 horas.

  • Penicilina Cristalina

    • 200.000 a 250.000 UI/kg/dia, a cada 4 ou 6 horas.

  • Vancomicina

    • 40 a 60 mg/kg/dia, a cada 6 ou 8 horas.

  • Azitromicina

    • 10 mg/kg/dia, nos dias 1 e 2; 5 mg/kg/dia nos dias seguintes.

Pontos-Chave e Considerações Clínicas

  • Estratificação de Risco: A decisão do tratamento da pneumonia, seja ambulatorial ou hospitalar, oral ou intravenoso, é baseada na avaliação da gravidade da doença e dos fatores de risco do paciente (idade, comorbidades, uso recente de antibióticos). Escalas como CURB-65 ou PSI/PORT podem auxiliar nessa estratificação.

  • Cobertura Antibiótica: A escolha do antibiótico deve considerar o perfil epidemiológico local, o risco de patógenos resistentes e a presença de fatores que indiquem maior gravidade ou falha terapêutica.

  • Tratamento Adjuvante: Além dos antibióticos, o manejo sintomático (para febre e dor) é fundamental para o conforto do paciente.

  • Avaliação Pediátrica: Em pediatria, a pneumonia exige atenção especial, com doses ajustadas ao peso e, em casos complicados, a necessidade de terapia intravenosa e monitorização rigorosa.

  • Monitoramento: A evolução clínica do paciente deve ser monitorizada de perto. A ausência de melhora após 48-72 horas de tratamento adequado pode indicar a necessidade de reavaliação diagnóstica, troca de antibióticos ou investigação de complicações.

PNEUMONIA - CID: J18

TUBERCULOSE

A Tuberculose (TB), causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, requer um tratamento prolongado e rigoroso para garantir a cura e prevenir o desenvolvimento de resistência medicamentosa. As diretrizes de tratamento são padronizadas e baseadas em esquemas que combinam múltiplos fármacos.

Esquema Básico para Adultos e Adolescentes (> 10 anos de idade)

O tratamento é dividido em duas fases: uma fase de ataque intensiva e uma fase de manutenção, ambas com duração e composição de medicamentos específicas.

1. Fase de Ataque (Duração: 2 meses)

Esta fase utiliza uma combinação de quatro medicamentos: Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z) e Etambutol (E) – o esquema RHZE. Os medicamentos são geralmente administrados em comprimidos de dose fixa combinada (DFC) para facilitar a adesão.

  • Composição por comprimido: 150 mg de Rifampicina, 75 mg de Isoniazida, 400 mg de Pirazinamida e 275 mg de Etambutol.

  • Dosagem diária (VO), conforme o peso corporal:

    • 20 a 35 kg: 2 comprimidos

    • 36 a 50 kg: 3 comprimidos

    • 51 a 70 kg: 4 comprimidos

    • > 70 kg: 5 comprimidos

2. Fase de Manutenção (Duração: 4 meses)

Após a fase de ataque, o tratamento continua com uma combinação de dois medicamentos: Rifampicina (R) e Isoniazida (H) – o esquema RH.

  • Composição por comprimido: Disponível em DFC de 300 mg de Rifampicina/150 mg de Isoniazida ou 150 mg de Rifampicina/75 mg de Isoniazida.

  • Dosagem diária (VO), conforme o peso corporal:

    • 20 a 35 kg: 1 comprimido (300 mg/150 mg) ou 2 comprimidos (150 mg/75 mg)

    • 36 a 50 kg: 3 comprimidos (150 mg/75 mg)

    • 51 a 70 kg: 4 comprimidos (150 mg/75 mg)

    • > 70 kg: 5 comprimidos (150 mg/75 mg)

Pontos-Chave e Considerações Clínicas

  • Adesão ao Tratamento: A adesão completa ao esquema de tratamento é a chave para o sucesso terapêutico da tuberculose. A interrupção prematura ou a irregularidade na tomada dos medicamentos pode levar à falha do tratamento e ao desenvolvimento de resistência medicamentosa, tornando a doença mais difícil de tratar.

  • Monitoramento e Efeitos Adversos: Durante o tratamento, é essencial o monitoramento regular do paciente para identificar e manejar possíveis efeitos adversos dos medicamentos, como alterações hepáticas, reações cutâneas, distúrbios gastrointestinais e neuropatia periférica. O acompanhamento clínico e laboratorial é fundamental.

  • Supervisão do Tratamento: O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é uma estratégia recomendada em muitos países para garantir que o paciente tome a medicação corretamente, especialmente na fase inicial.

  • Rastreamento de Contatos: A identificação e avaliação de pessoas que tiveram contato próximo com o paciente com tuberculose ativa é crucial para prevenir a disseminação da doença na comunidade e oferecer tratamento preventivo, quando indicado.

  • Tratamento em Situações Específicas: Existem esquemas de tratamento adaptados para populações específicas, como pacientes pediátricos, gestantes, pacientes com HIV/AIDS e casos de tuberculose multirresistente (TB-MR), que podem envolver diferentes medicamentos e durações. O guia aborda o esquema básico para adultos e adolescentes, mas a individualização é sempre necessária.

TUBERCULOSE - CID: A15

Os códigos CID para tuberculose vão do A15 ao A19, abrangendo as formas respiratórias (A15-A16), as de outros órgãos (A18), a miliar (A19) e outras formas das vias respiratórias (A17).